Riscos Eléctricos
3. Factores que Intervêm nos Acidentes Eléctricos
Quando a corrente eléctrica circula pelo corpo humano, este comporta-se como uma resistência e, de acordo com a lei de Ohm, a intensidade de corrente de passagem será determinada por:
I = V / R
Sendo:
I: intensidade de corrente que passa pelo corpo humano (Amperes).
R: resistência que o corpo oferece à passagem da corrente (Ohms).
V: tensão de contacto entre o ponto de entrada da corrente e o ponto de saída (volts).
Os factores que intervêm nos acidentes eléctricos podem ser classificados em:
Factores Técnicos:
- Intensidade da corrente que passa pelo corpo humano.
- Tempo de exposição ao risco.
- Trajectória da corrente eléctrica pelo corpo humano.
- Natureza da corrente (alternada/contínua).
- Resistência eléctrica do corpo humano.
- Tensão aplicada.
Factores Humanos:
- Idade.
- Doenças.
- Sexo.
- Estado emocional.
- Profissão habitual.
- Experiência, etc.
3.1. Intensidade da corrente que passa pelo corpo humano
Experimentalmente foi demonstrado que não é a tensão, e sim a intensidade que atravessa o corpo humano, que pode provocar lesões devido ao acidente eléctrico.
Distingue-se:
Limiar sensitivo:
Valor da intensidade de corrente que uma pessoa começa a sentir (ligeiro formigamento), quando a mão entra em contacto com um condutor.
Foi fixado, para corrente alternada, o valor de 1 mA.
Intensidade limite:
Máxima intensidade de corrente a que uma pessoa ainda é capaz de soltar um condutor.
O seu valor para corrente alternada foi fixado experimentalmente em 10 mA.
| INTENSIDADE | EFEITOS NO CORPO HUMANO |
|---|---|
| De 1 a 3 mA | Um organismo normal sente uma coceira sem perigo (limiar de percepção).. |
| A partir de 5 mA | Um contacto prolongado pode provocar movimentos bruscos em certas pessoas. |
| A partir de 10 mA | Começam as contracções musculares e tetanização (rigidez e tensão convulsiva) dos músculos da mão e do braço, podendo provocar que a pele fique aderida aos pontos de contacto com as partes sob tensão (fenómeno de retesamento). |
| Por encima de 25 mA | Num contacto de mais de 2 minutos, se a passagem da corrente for pela região do coração, poderia ocorrer uma tetanização do músculo do peito, podendo chegar a sofrer asfixia por bloqueio muscular da caixa torácica. |
| Entre 30 a 50 mA | Pode ocorrer fibrilhação ventricular se a corrente passar pela região cardíaca, causando a morte, caso a vítima não seja atendida em poucos minutos. |
| Entre 2 y 3 A | Provoca paragem respiratória, inconsciência, aparecem marcas visíveis. |
| Para intensidades superiores a los 3 A | As consequências são queimaduras graves e pode causar a morte. |
