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Manual de Segurança.

Edição revista 2010

Riscos Eléctricos

7. Arcos Eléctricos Acidentais

Quando se realizam trabalhos nas proximidades de zonas em tensão, é preciso considerar não apenas o risco de contacto eléctrico com partes activas, mas também a possibilidade de formação de arcos eléctricos por curto-circuito.

Há que ter presente que o ISASTUR trabalha geralmente em centros onde a potência de curto-circuito é muito elevada e, portanto, os possíveis arcos eléctricos são de grande magnitude.

Do total de acidentes eléctricos ocorridos, a maioria são devidos a um arco eléctrico acidental.

O ar à temperatura normal é isolante, porque os elementos que o compõem (átomos e moléculas) são neutros, e só se torna condutor quando se ioniza, isto é, quando, por determinados meios de adição de energia (calor, radiação ultravioleta, etc.), se formam no seu seio electrões e iões livres, que são os dois portadores da electricidade.

Mas, em geral, esta ionização é insuficiente para sustentar a condução pelo ar, ou seja, para ocorrer arco eléctrico, tendo que existir uma diferença de potencial entre condutores, ou entre condutor–massa, e uma extracção de electrões livres de condução do condutor, quer por efeito termo-iónico (energia necessária para vencer a barreira de potencial), quer por emissão de campo eléctrico (alta tensão).

Por efeito, geralmente de uma corrente eléctrica elevada (curto-circuito), nos condutores eléctricos atingem-se altas temperaturas que provocam o efeito termo-iónico e a ionização do ar que os circunda, dando lugar ao arco eléctrico que eleva a temperatura do meio onde se alimenta, alcançando temperaturas de 4.000 ºC.

Sabe-se que 50% da energia do arco eléctrico absorve-se no aquecimento do ar circundante, 40% irradia, e o resto é absorvida pela fusão das peças metálicas afectadas pelo arco eléctrico.

O arco eléctrico produz radiações ultravioletas, infravermelhas e visíveis. Isto confirma a necessidade de utilizar óculos ou viseiras com vidros inactínicos sem perda da visão, de forma a absorver as radiações e proteger os olhos contra as possíveis projecções de partículas metálicas, como por exemplo as partículas de cobre projectadas violentamente quando este é fundido.

Igualmente, é obrigatória a utilização de máscaras faciais e luvas de couro como elementos de protecção, já que, quando ocorre um curto-circuito, estes equipamentos actuam absorvendo parte do calor, pois o tempo de duração do arco não é superior a um segundo.

As roupas de trabalho dos electricistas e operadores eléctricos devem ser resistentes ao calor, de forma a evitar a inflamação das mesmas devido à temperatura do arco acidental, desaconselhando-se as roupas acrílicas e recomendando-se as de algodão ou fibras artificiais resistentes ao fogo.

As verificações de tensão no caso de avaria, reparação, etc, devem ser consideradas como um trabalho em tensão, pelo que se devem utilizar os elementos de protecção acima indicados.

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